terça-feira, 6 de setembro de 2011

Independência ou morte?

A independência é um momento chave na história de um país, um fato histórico que fica lembrado eternamente e que por este motivo deve fazer juz a seu papel, mas caso ele não faça existem pessoas prontas para fazer com que ele adquiria as características necessárias para ser visto como um momento heróico.
O Brasil obteve sua independência em 7 de setembro de 1822, pelo menos é o que consta em nossos registros e um ato que concretizou esse grandioso feito foi o “Grito do Ipiranga” ilustrado no quadro ao lado. Mas infelizmente a imagem ao lado é meramente ilustrativa, as coisas não aconteceram bem dessa forma e a independência como um todo possui uma serie de questões que merecem uma analise mais critica.
Acontece que o Brasil foi um dos poucos países que após a independência ficou sobre um regime monárquico coordenado pelo filho da coroa que o colonizou, ou seja, nossa independência não representa uma grande ruptura política, parece mais uma conciliação onde o povo brasileiro não ganha o direito de fazer realmente parte da construção política de seu país e, além disto, tivemos que pagar uma grandiosa quantia como multa indenizatória por termos feito essa troca de governantes, multa que por não podemos pagar pegamos dinheiro emprestado com a Inglaterra adquirindo uma divida externa e um dependência econômica com nossos novos “colonizadores”.
     Este mar de lama não para por ai, até o fato histórico tem um contexto ridículo, como aponta a historiadora Cecília Salles Oliveira no livro “O brado do Ipiranga”, no dia em questão Dom Pedro I estava retornando da serra de santos e tinha abusado na hora do almoço, o local onde foi encontrado pelos mensageiros na verdade era uma parada, neste caso ele tinha parado para aliviar-se, pois segundo relatos neste dia ele estava com uma terrível diarréia, quando recebeu o comunicado de Portugal decidiu proclamar a independência, logo as vestes, os cavalos e as pessoas que estavam com ele não se parecem nada com aquele quadro, na verdade eles viajavam com mulas, roupas simples e um pequeno grupo de homens que  escoltavam o futuro imperador.
O momento político que muitos vêem como um dia glorioso é meio manchado se retirarmos todas as fantasias que foram atribuídas a ele, é claro que existiu um luta e uma transição política, pois houve pequenas batalhas para expulsar alguns portugueses do Brasil, mas não é possível dizer que foi uma gigantesca revolução política, está mais para uma das muitas transições lentas graduais e seguras que o Brasil sofreu. Vale destacar que a chave para qualquer movimento político é a participação do povo, se o povo não estiver politizado e pronto para lutar por seus direitos, continuaremos a fazer essas leves transições, temos sempre que investir na educação.

Jonatan Tostes